Não deixe sua casa vazia

 Não deixe sua casa vazia

Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro. Lucas 11:24-26 

Pastor Paulo Roberto Ramos – Presidente da Igreja Batista Monte Horebe

Na vida diária, não basta combater os maus pensamentos, refrear os costumes antigos e deixar a alma limpa, varrida, ornamentada, porém vazia. A alma vazia está em perigo. Não basta ser liberto do mal, devemos enchê-la de Deus. O diabo nos ataca com mais eficácia quando nossa casa está vazia.

  Quando Jesus foi levado pelo Espírito ao deserto para ser tentado pelo diabo, este o tentou por quarenta dias (Lc. 4: 2). Depois que Jesus venceu todas as tentações, Lucas faz um comentário muito importante: “Passadas que foram as tentações de toda sorte, apartou-se dele o diabo, até momento oportuno” (Lc. 4: 13). Não foi somente nessa ocasião que Jesus foi atacado pelo inimigo. Isso ocorreu durante todo o seu ministério.

O inimigo está sempre procurando oportunidade para contra-atacar. Ele deseja uma brecha em nós para reconquistar o terreno que perdeu, a vida que não é mais sua. Ele não desiste, sempre nos atacando com o mesmo cardápio: ao ex-fumante ele o tenta com o tabagismo; ao ex-alcoólatra com o álcool; ao ex-homossexual a voltar a uma relação homoafetiva; ao ex-devasso com a devassidão.

Com o que não podemos encher a nossa casa:

1º. Com uma religião legalista. A religião legalista nos mostra uma lista infindável do que é proibido, sendo apenas uma religião de mandamentos humanos. Essa religião pode até limpá-lo por um certo tempo, mas nunca poderá mantê-lo limpo. Uma fé legalista gera repressão e essa repressão, em geral, leva a uma perversão. Mandamentos repressivos nos levam à perversão e nos torna presa fácil do inimigo.

2º. Um espírito de religiosidade. A religiosidade nos leva a valorizar a aparência, a pseudoespiritualidade em detrimento do caráter e faz com que a pessoa assuma um forte espírito de superioridade espiritual. Dessa forma, em seu íntimo, sente-se mais espiritual que todos os outros, não acolhendo a necessidade do próximo. O religioso traça uma meta de ser justo de tal maneira e rejeitar o pecado a tal ponto que acaba rejeitando também as pessoas que pecam e se arrependem. Entretanto, ele julga os outros ao duvidar do arrependimento alheio. A parábola do fariseu e do publicano ilustra bem isso: “O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano” (Lc. 18: 11). Existe um alto índice de pecados morais entre os contaminados pelo espírito de religiosidade. A pornografia, geralmente, é uma “válvula de escape” daqueles que são excessivamente rígidos com a aparência. O religioso valoriza os mais altos padrões éticos e morais, mas não consegue mais amar ao próximo.

Agora destacaremos com o quê precisamos encher a nossa casa:

1º. Devemos encher a nossa vida com o Espírito Santo. A bíblia nos diz que somos selados com o Espírito (Ef. 1: 13) e que não devemos entristecê-lo (Ef. 4: 30). Além disso, é o Espírito Santo quem nos convence do pecado, da justiça e do juízo (Jo. 16: 8); opera em nós o novo nascimento (Jo. 3: 5); intercede por nós com gemidos inexprimíveis (Rm. 8: 26); nos batiza no corpo de Cristo (I Co. 12: 13); testifica em nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm. 8: 16). Podemos ser tudo isso e ainda assim não termos a plenitude do Espírito Santo. Em Efésios 5: 18b a bíblia nos dá uma ordem: … mas enchei-vos do Espírito”. Esse versículo não é uma sugestão; ele é um mandamento. Não ser cheio do Espírito é pecado! Além disso, essa ordem é endereçada à totalidade da comunhão cristã: não há barreiras de faixa etária, gênero e social. Embora seja uma ordem, está na voz passiva. Ou seja, ninguém pode encher a si mesmo do Espírito. O sentido desta ordem não é o quanto do Espírito nós temos, mas o quanto o Espírito tem de nós. Ser cheio do Espírito é submeter-se à sua autoridade, influência e poder. O versículo descreve uma ação contínua. Precisamos diariamente sermos cheios do Espírito. Só que além da ordem, Paulo nos diz como sermos cheios do Espírito: “falando entre vós com salmos…” (Ef. 5: 19a). Devemos ter comunhão uns com os outros, sem intrigas, ciúmes, amargura, inveja. Temos de abençoar a vida do próximo. Encha a vida do seu cônjuge; seja uma pessoa amável, motivadora, sábia. A melhor blindagem numa relação é ser parceiro, companheiro. Encha a vida dos seus filhos; brinque com eles, abrace, motive, seja amigo, seja carinhoso. Encha a sua vida; ame-se, valorize a sua essência, expulse o desânimo.

2º. Encha a sua casa de pessoas queridas. Cerque-se de pessoas de Deus, que te amam e que podem acrescentar algo de bom na sua vida e na vida de sua família. Abençoe pessoas, cuide e proteja, porque gente protege gente.

3º. Encha a sua casa da Palavra. A nossa mente precisa estar ocupada com a Palavra. Somente com ela vencemos os maus pensamentos. Em Colossenses 3: 2; Paulo diz: “Pensai nas coisas lá do alto, não nas que são aqui da terra”. Muitas vezes estou tão agarrado com as coisas da Terra que não aspiro as coisas do céu.

Destake News Gospel

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