População deve consumir menos carne e leite para conter mudança climática
Em artigo, pesquisadores defendem que meta da ONU para limitar aquecimento global não poderá ser alcançada caso poluição proveniente da produção desses alimentos não seja reduzida
Carne: Estima-se que, em 2050, produção do alimento vai representar metade da poluição causada pelo setor alimentício(Thinkstock)
A redução do consumo de carne e de laticínios por parte da população mundial pode ser fundamental para solucionar o problema do aquecimento global. É o que sugere um time de pesquisadores da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, em um artigo publicado nesta segunda-feira no periódico Climate Changes.
A Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou nesta segunda-feira a segunda parte do quinto relatório sobre o clima produzido por seus cientistas, estipulou uma meta de limitar em dois graus Celsius o aquecimento global. Para alcançar o objetivo, o órgão argumenta que será preciso reduzir a emissão dos gases do efeito estufa até o final do século, especialmente os provenientes da energia industrial. A ONU também destacou que essa diminuição precisará ocorrer no setor agrícola.
Hoje, as emissões de dióxido de carbono provenientes dos setores de energia e de transporte são responsáveis pela maior parte da poluição atmosférica no mundo. No entanto, segundo os autores do artigo, as emissões de gases provenientes da produção de alimentos devem ser observadas com atenção, já que tendem a aumentar cada vez mais com o crescimento da população mundial.
Os pesquisadores suecos acreditam que, se nada for feito em relação à poluição causada pelo setor alimentício, é possível que a emissão de gases do efeito estufa pelo setor dobre até 2070. E isso, por si só, já seria suficiente para tornar a meta da ONU impossível de ser cumprida.