Estudo afirma que cafeína pode melhorar a memória

 Estudo afirma que cafeína pode melhorar a memória

xicara-cafe--size-598No chá, no café ou no refrigerante, a cafeína é consumida por muitas pessoas por sua conhecida capacidade estimulante. Pesquisadores da Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descobriram que a substância tem mais uma propriedade: melhoria da memória. O estudo, publicado neste domingo no periódico Nature Neuroscience, mostrou que a cafeína fortaleceu alguns tipos de memória por até 24 horas após seu consumo.

CONHEÇA A PESQUISA

Título original: Post-study caffeine administration enhances memory consolidation in humans

Onde foi divulgada: periódico Nature Neuroscience

Quem fez: Daniel Borota, Elizabeth Murray, Gizem Keceli, Allen Chang, Joseph M Watabe, Maria Ly, John P. Toscano e Michael A Yassa

Instituição: Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, e outras

Dados de amostragem: 44 pessoas que não consomem cafeína regularmente

Resultado: Os participantes que tomaram uma pílula de cafeína se saíram melhor em testes de memória

“Nós sempre soubemos que a cafeína tinha um efeito positivo sobre a cognição, mas essa ação em particular, de tornar a memória mais resistente ao esquecimento, nunca tinha sido estudada com detalhe em humanos”, afirma Michael Yassa, professor da Universidade Johns Hopkins e um dos autores do estudo.

A pesquisa foi realizada com 44 pessoas que não consumiam cafeína regularmente. Divididas em dois grupos, elas receberam um comprimido de 200 miligramas de cafeína (o que corresponde a duas xícaras de café pequenas) ou placebo 5 minutos depois de estudar uma série de imagens. Amostras de saliva foram colhidas antes da ingestão dos comprimidos e novamente depois de uma, três e 24 horas.

Atenção aos detalhes – No dia seguinte à ingestão, a capacidade dos participantes de reconhecer as imagens foi testada. Algumas imagens foram repetidas exatamente como na véspera, outras eram novas e algumas parecidas, mas com detalhes diferentes. O grupo que consumiu cafeína identificou melhor imagens como “similares”, e não “iguais”.

De acordo com os autores, a capacidade do cérebro de reconhecer a diferença entre dois objetos parecidos, mas não idênticos, reflete um nível mais profundo de retenção de memória. “Se tivéssemos feito um teste sem esses itens similares, poderíamos não ter encontrado os efeitos da cafeína”, diz Yassa. “O uso desses recursos requer que o cérebro faça uma discriminação mais elaborada, que parece ser o processo influenciado pela cafeína.” Ele afirma que o próximo passo será tentar decifrar o mecanismo cerebral ligado a essa melhora na capacidade de memorização.

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